
25 de junho de 2009. Na hora do almoço, saía a triste notícia da morte de Farrah Fawcett, a antiga Pantera, uma das mais belas atrizes de Hollywood. Notícia tal que passaria a ser ignorada, devido à acontecimentos chocantes naquela mesma tarde. Duas horas depois, um impacto mundial, um choro doído e desconhecido caía em tantas faces de diferentes idades ao redor do mundo. O Rei Do Pop estava morto. Aquele alguém que influenciou gerações, serviu como base para os grandes artistas do século XXI, e que, durante 40 anos ditou as regras da música, da dança e até da moda, não voltaria mais. Michael Jackson havia partido, deixando para o mundo legados além de seu talento: uma lição de amor e de curar o mundo.
A quinta-feira que foi marcada como o dia mais triste da internet, fez com que sites como o twitter e o gigante Google saíssem do ar, devido às buscas frenéticas de fãs ao redor do mundo querendo notícias do ídolo. Canais de televisão davam seus plantões, proferindo diferentes frases: “O REI DO POP ESTÁ EM COMA”, “MICHAEL JACKSON ESTÁ MORTO”. A confusão só terminou depois das palavras (nem tanto) emocionadas de Jermaine Jackson, que afirmou a morte do irmão às 13h07 (hora local de Los Angeles).
Michael Jackson foi vítima de sua própria fama. Foi morto pelos olhos de invejosos e críticos de plantão que não o deixavam em paz. Isso sem falar nos papparazzi. A grande verdade é que ele viveu rodeado de gente querendo tirar proveito de seu dinheiro, que não se importava com o seu caráter. Ele era julgado e xingado por sua própria família, ao mesmo tempo em que era aclamado e detestado pelo mundo todo. Essa situação o obrigou a viver em reclusão, sozinho, refém de seu próprio louvor. E mesmo marcado com cicatrizes profundas de seu passado e presente, era capaz de subir no palco e se agigantar, tornar-se invencível, e fazer cair o queixo daqueles que o criticavam.
Talvez se não fosse um ser humano tão sensível, não sofreria tanto com os fantasmas de seu próprio ser, perfeccionista como era. Entretanto, era essa sensibilidade que o tornava tão capaz de fazer das tripas coração para dar o melhor aos seus fãs, e doar 300 milhões de dólares para instituições de caridade, e tentar fazer um mundo melhor. Mundo esse que motivou sua glória, e, ao mesmo tempo, a destruiu.
Todas as alterações de sua fisionomia foram uma tentativa de ser bonito, demonstrando novamente o quanto Michael estava infeliz com si mesmo, com sua aparência. Culpa de todos os sanguessugas de talento que não se contentavam em usufruir de sua música, mas tinham que dar palpite também em sua vida pessoal, aumentando ainda mais a proporção de seus “fracassos”.
Apesar da turnê gigante que estava preparando, a mídia não se lembrava mais dele. Bastaram algumas horas após sua morte para que os 15 postos de discos mais vendidos do site Amazon fossem ocupados por álbuns do artista. Para que os Trending Topics do twitter fossem todos relacionados a ele. Isso sem falar nas rádios e na televisão, que começaram a exibir freneticamente especiais e documentários. Todos, é claro, de luto. Ironicamente, sofrendo pela morte causada pela própria mídia.
Alguém como Michael Jackson merece, no mínimo, respeito e admiração. E cabe aos fãs não deixarem suas músicas caírem no esquecimento.
Por Laura Nogueira, 29/08/2010